
A transformação digital não é um processo com início, meio e fim, exclusiva a poucas áreas do negócio. Ela deve ser contínua e presente em toda a companhia. É nisso que acreditam executivos da Globo, Hering e Raízen, que se apresentaram na manhã desta quarta-feira (11/11), em um encontro digital promovido pela Cionet Brazil.
Participaram do painel Alexandre Donner, head de Finanças, Faturamento, Facilities do Hub Soluções Corporativas da Globo, Klaus Siegmar Schuldt, Head de Digital da Hering, e Marcelo Couto, CMO da Raízen; além de Fabio Mota, VP da Raízen, e Carlos Luzzi, da Cionet Brazil, como moderadores.
Na visão dos três executivos, processos de inovação exigem planejamento e coesão entre diversas áreas da companhia. Além disso, acreditam que a guinada ao digital deve ser um processo de aprendizado e de testagem. “A digitalização tem a ver com fazer processos com mais inteligência e agilidade. A transformação cultural não deve ser desprezada. Hoje, pensar digital não é mais uma escolha, é uma necessidade profissional”, diz Marcelo Couto.
Alexandre Donner, executivo da Globo, contou que a companhia tem trabalhado nos últimos anos em uma jornada para transformar o grupo em uma midiatech, startup de mídia. “Temos que ter um modelo focado na rentabilidade, mas em uma visão a longo prazo. Nessa jornada, o desafio é justamente reunir conceitos e competências do business e da tecnologia”, diz. Para ele, grandes movimentos só se materializam quando empresas adicionam tecnologia em todos os processos. “Fim a fim. Não só na área de inovação”, afirma.
“É preciso criar uma estrutura que habilite negócios digitais e um modelo de custos que sustente o negócio e financie a transformação digital. Para, assim, criarmos novos produtos e novos modelos de negócio, seja para o consumidor ou para o mercado de mídia.”
Donner usa como exemplo o case do Globoplay, plataforma de streaming da Globo. O serviço, inclusive, recentemente anunciou uma parceria com o streaming Disney +, da Disney. “É uma plataforma que vem crescendo e isso demonstra um reconhecimento”, diz Donner.
Para a Hering, varejista de vestuário presente no Brasil desde 1880, o desafio é mesclar a história da companhia em um mercado cada vez mais digital. Para isso, Klaus Siegmar Schuldt, head de Digital da Hering, tem investido na omnicanalidade e em lojas com mais tecnologia. No campo da omnicanalidade, a Hering permite que seus consumidores comprem no online e retirem nos pontos físicos. Já nas lojas, a empresa tem buscado oferecer experiências imersivas. Em São Paulo, uma de suas lojas conta com espelhos digitais e permite que os consumidores entrem nas vitrines e tirem fotos para as redes sociais. “É um movimento para deixar o ponto mais ‘instagramável’”, diz o executivo. “É muito teste e muita exploração para oferecer o melhor serviço para o consumidor.”
No caso da Raízen, Couto traz o case da Shell Box, uma plataforma digital que permite que os clientes comprem o combustível ou produtos das lojas de conveniência antes de passarem no posto. “Nossas pesquisas mostram que mais da metade do tempo que os nossos clientes passam no posto é para realizar o pagamento. E nós percebemos que a compra do combustível pode ser feita digitalmente. A união do mundo físico com o digital tem que estar na essência”, diz.
Fonte: Época Negócios